Musics...

10 de abril de 2010

. poesia
Enviado por luiz pucú (RJ) em 25-03-2009.

Falada ou escrita ela emociona
quando encontra os 'achados'
escondidos na lingua geral,
nos sons e sombras do tempo.
A poesia é a ferramenta do escritor.

Ainda esse ano
vou pegar o trem andando
e deixar passar o outro
da história
o que demora.
Ainda esse ano
vou meter os pés pelas mãos
ficar com os anéis
e esquecer dos dedos.
Também não beberei mais dessa água
se passarinho não bebe
Isso se passar a febre
de comprar gato por lebre.
Ainda esse ano
vou comer cru
sem avexo
e dizer papibaquígrafo
com desleixo.
Viajar numa canoa furada
sem tirar o pé da estrada
cutucar onça com vara curta
de murta.
Conhecer quem riu primeiro
que contagiou o derradeiro.
Antes do ano que vem
Vou deixar o certo
pelo duvidoso
comer angu de caroço
antes do almoço
ser apenas uma mulher de carne e osso
que encontrou um rio cristalino
lá no fundo do poço!
(Luiz Pucù - do romance "A Cidade Esquecida"- Niterói -2009)